quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ENCONTRO


 imagem retirada da net


O sol ia morrendo devagar
Estrelas acendiam uma a uma
A nuvem lá no céu a espreitar
A sombra que descia sobre a duna

A brisa leve e morna que dançava
Trazia teu perfume de quimera
Meu louco coração que te esperava
Cantou nossa canção de primavera

No ar havia um rasto de euforia
A lua tinha o brilho d’alegria
No silêncio o eco dos teus passos
  
Fiquei parada preza ao teu olhar
Uma enorme vontade de chorar
Até que me envolveste nos teus braços

Landa

Lisboa, 30 de outubro de 2011
Em “NAS ASAS DO VENTO”

EVOCAÇÃO


 imagem retirada da net

Rasguei as nuvens do céu
Dei meus cabelos ao vento
Cobri-me com fino véu
E chamei-te em pensamento
 
Como se fosse uma crente
Saí de encontro ao luar
Rezei uma prece ardente
De longe vi-te chegar
 
Dançámos valsas e tangos
Sem haver mais desenganos
Toda a noite sem parar
 
Ficou na areia a lembrança
Dos nossos passos de dança
Que o mar não quis apagar

Landa


Lisboa, 6 de Novembro de 2011
Em “NAS ASAS DO VENTO”

HÁ GENTE


 foto retirada da net

Há gente que fica na vida da gente
Há gente que passa e não quer ficar
Pessoas que ficam connosco p’ra sempre
E gente que vai e volta a passar
Pessoas que são como aquele indigente
Que procura abrigo sem nada p’ra dar

Há gente que passa, e passa afinal
Só em busca de algo que quer alcançar
Pessoas que passam sem deixar sinal
Que a gente deseja nem mesmo lembrar

Há gente que leva e gente que traz
Que leva a tristeza e traz a alegria
Que deixa um sorriso de amor e de paz
E leva do peito a nossa agonia

Há gente que fica na história da gente
Há gente que passa e não volta mais
Pessoas que longe estão sempre presente
E outras que vão e voltam p’ra trás
Algumas que passam de tão de repente
Que a gente se esquece, nem lembra jamais

E há gente que fica … que fica p’ra sempre


Landa

 Em “NAS ASAS DO VENTO”

POEMINHA DE VERÃO

 
 imagem retirada da net

Numa tarde de calor
Fui à praia passear
E vi a palavra amor
Inscrita em forma de flor
Numa concha à beira-mar

E pensei quantos segredos
Haveria neste chão
Escondidos nos rochedos
Em noites quentes de verão

Deixados cá esquecidos
Como a concha de coral
Ou então p’ra aqui trazidos
Em dias de temporal

Lembranças que alguém deixou
Espalhadas pela areia
Conchas que o mar burilou
Em noites de maré-cheia


Landa

Lisboa, 28 de Novembro De 2011  
Em "NAS ASAS DO VENTO"

O SEGREDO



Imagem retirada da net

Contei um segredo ao vento
Pedi-lhe para o guardar
Mas a aragem num momento
Correu a contar ao mar

O mar espalhou n’areia
Em ondas de branca espuma
A maré que estava cheia
Foi logo contar à bruma

A bruma coscuvilheira
Sem saber o que fazer
Contou de qualquer maneira
Inda o sol ia nascer

Ele ao namorar a lua
Não resistiu a dizer
Ao passar na tua rua
O luar desceu p’ra ver

Era Noite de Natal
Havia alegria a rodos
Não foi preciso edital
Disseste o segredo a todos

Landa

Lisboa, 11 de Dezembro de 2011
Em "NA LONJURA DO TEMPO"

CASTANHAS ASSADAS


imagem retirada da net

Apeteceu-me castanhas
Sai para as ir comprar
Nem nas ruas mais estranhas
As consegui encontrar



Fui à Parede, nem vê-las
Acabei indo a Cascais
Que saudades de comê-las
Embrulhadas em jornais



Sobre as brasas a assar
Eram boas de verdade
Nos carros a fumegar
Pelas ruas da cidade



Quentes e boas diziam
Os homenss a apregoar
E que bem que elas sabiam
Acabadinhas de assar



Depois que a ASAE cá anda
Com multas, proibições
Como a Europa é quem manda
Lá se vão as tradições



Landa
Lisboa, 22 de Dezembro De 2011
Em "NA LONJURA DO TEMPO"



Comentários

Gi disse a Thu, 22 Dec 2011 21:17:35 GMT:
LOL É verdade...
Tive de ler duas vezes o poema porque à primeira leitura a segunda e a terceira quadras não pareciam fazer sentido... Depois percebi que era uma espécie de flash-back como no cinema.
Bjs.

Landa disse a Fri, 23 Dec 2011 01:58:54 GMT:
Vê se assim ficou melhor
Bj

Gi disse a Fri, 23 Dec 2011 18:32:04 GMT:
Perfeito!
Bjs.

Landa disse a Fri, 23 Dec 2011 18:42:49 GMT:
Obrigada :-)
Bj

AO NASCER DO DIA

 Imagem retirada da Net

Havia na praia uma luz lilás
Era primavera, quase a amanhecer
O mar ensaiava um hino de paz
Fiquei esperando ver o sol nascer

Como por magia passaste por mim
Trazias no rosto um brilho de aurora
O céu foi rasgado pela luz sem fim
E o frio da noite foi-se logo embora

Não te conhecia. Sorriste… sorri
Fiquei encantada olhando p’ra ti
O rosto coberto de quente rubor

Disseste mais tarde que naquele instante
Tinhas descoberto um mundo distante
O mundo encantado do primeiro amor

Landa
Em " NA LONJURA DO TEMPO"

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

AMOR É...



foto retirada da Wikipédia 



(Mote: Amor é fogo que arde sem se ver 
de um soneto de Luís de Camões)


«Amor é fogo que arde sem se ver»
É brasa que se acende com ciúme
Chama que invade o peito e faz doer
Fagulha que nos queima sem ter lume

Música que se escuta sem tocar
Poemas que se dizem sem escrever
Promessas que se trocam num olhar
Um mundo que se vive sem viver

Um brilho que se acende num sorriso
Um choro que se solta sem aviso
A letra que se canta sem canção

Estrelas que a chuva vem beijar
Sonhos feitos com raios de luar
A dança com que bate o coração

Landa

Lisboa, 30 de Outubro De 2011
Em “NAS ASAS DO VENTO”

SILÊNCIO

 


Foto tirada por L.M.

Sentada na praia olho o horizonte
O sol no ocaso é uma fogueira
O silêncio tomba como água da fonte
Ou brasa que apaga no chão da lareira

Uma vela branca desliza no mar
Aceno distante num adeus ao cais
A areia dourada parece esfriar
Acendem-se estrelas como castiçais

A brisa murmura suave canção
No rolar das ondas que vêm… e vão
E o azul desmaia, desfaz-se em lilás

A lua que nasce por trás da colina
Apaga a cidade num véu de neblina
Faz deste silêncio meu mundo de paz

Landa

Lisboa, 4 de Outubro de 2011
Em “NAS ASAS DO VENTO”

RECORDANDO

 



 imagem retirada da net


Poema de 4 sílabas
feito em resposta a um desafio do poeta Joaquim Sustelo no seu site "HORIZONTES DA POESIA"

Li teu poema
Com nostalgia
Lembrei sem pena
Mas com saudade
Aquele dia
Já sem idade

Em que o fizeste
Envergonhado
Depois me deste
P’ra ler sozinha
Tenho-o guardado
Desde menina

Fiquei sentada
Sem te falar
Meio espantada
Mas podes crer
Ao som do mar…
Gostei de ler


Landa

Lisboa,26 de Agosto De 2011
Em “NAS ASAS DO VENTO”

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O MEU POEMA DE AMOR

imagem retirada da net

O meu poema de amor
É de amor e de amizade
É todo feito de dor
E tem um nome… saudade

Saudade do teu sorriso
Da tua voz ciciada
Ao murmurar-me ao ouvido
Meu doce amor, minha amada

Saudades de me sentir
Envolvida nos teus braços
De dançar, cantar e rir
Ouvir o som dos teus passos

Foste embora para sempre
Tão cedo, sem despedida
Fiquei assim de repente
Com saudade toda a vida

Landa
Em "NA LONJURA DO TEMPO"